Saturday 23 August 2014

Em Paris



O Café de la Paix

Nesta visita a Paris, concretizei um desejo antigo: jantar no Café de la Paix, junto à Ópera Garnier (1875). 

Há 9 anos, quando visitei a Ópera Garnier, fiquei encantada com o seu belíssimo tecto (1963-1964)  pintado por Marc Chagall (1887-1985). 

Desta vez, deixei-me levar pela beleza dos tectos do Café de la Paix.  É certo que o jantar foi delicioso (provámos o menu de degustação), o vinho soube muito bem, a senhora que nos atendeu foi uma simpatia, mas vim encantada com a arquitectura, as pinturas dos tectos, a talha dourada e, sobretudo, por verificar o bom estado de conservação em que tudo se encontra. Muito bom!




O Café de la Paix abriu as suas portas ao público em 1862. Um pouco mais de um século depois, em 1975, foi classificado como monumento histórico nacional pelo governo francês. Os escritores Émile Zola e Guy de Maupassant foram alguns dos seus mais célebres frequentadores, bem como, o Princípe de Gales e futuro Rei do Reino Unido, Eduardo VII.



O Café de la Paix faz parte do Hotel Intercontinental, construído na época do Segundo Império e inaugurado pela Imperatriz Eugénia, esposa do Imperador Napoleão III. À época, chamava-se Le Grand Hôtel Paris e foi construído no âmbito da renovação da cidade, levada a cabo pelo Barão Haussmann.


Na Torre Eiffel

Depois do jantar, fomos de metro até à Torre Eiffel e subimos até ao segundo andar. Para ir até ao topo, tínhamos de ter chegado antes das dez. A vista é bonita, mas, na minha opinião, não justifica passar horas esquecidas em filas. Não foi o caso, que conseguimos chegar rapidamente à bilheteira.




Acho a visita à noite mais interessante: a Torre fica muito bonita iluminada e consigo apreciar com mais detalhe a sua arquitectura .




E a propósito de Torre Eiffel, lembram-se do videoclip dos Duran Duran, A View to a Kill ? ;-)






A Catedral de Notre Dame

Esta foto já foi tirada no terraço do Instituto do Mundo Árabe, que fica perto da Catedral de Notre Dame.




Depois de visitar a exposição sobre o Expresso do Oriente, fomos a pé até à Catedral. Desta vez, não a visitei porque a fila era enorme, mas gostei de ver que a fachada está um brinco. Eu fujo de filas como o diabo da cruz. Também, por isso,  não visitei ainda o topo do Arco do Triunfo.





Impressões gerais sobre a cidade

Paris deixou-me um pouco triste e desiludida desta vez.

Já não a senti como antigamente: sofisticada, glamourosa, elegante, vibrante, com uma classe média forte...Achei-a, sim, mais suja e especialmente mais pobre. Vi várias lojas encerradas, muitos pedintes, pessoas estendidas no chão e, por variadíssimas vezes, fomos abordados por mendigos. Senti-me insegura na cidade... e isto nunca me tinha acontecido. Paris pareceu-me bem mais pálida, cinzenta, sem aquele brilho de outrora ... E não gostei de ver as "praias" junto ao Sena, nem os muitos graffitis de assinatura...

Vi também muitos muçulmanos e, pela primeira vez, senti-me parte de uma minoria. Houve momentos que pensei estar num país árabe. A maioria dos muçulmanos passeava tranquilamente em família, outros pediam dinheiro.

No caso dos turistas, vimos muitos chineses, muito mais que o costume. Já japoneses, nem por isso...

Por fim, as estradas pelas quais passámos, à entrada de Paris, estão em péssimo estado, cheias de remendos e com as bermas muito sujas. Ainda me lembro quando eram autênticos tapetes...


Realço três aspectos positivos:

Os monumentos pelos quais passámos tinham as fachadas limpas;

O Metro está agora mais seguro com as obras de requalificação das estações e as novas plataformas de segurança, em vidro. Assim, evitam-se quedas, acidentes e coisas piores...;

As mercearias de bairro e o facto de estarem abertas à noite (vi-as enquanto andava a passear no Marais, onde gosto sempre de voltar quando vou a Paris...).

16 comments:

João Menéres said...

Engraçado, Sandra :
Há anos, lanchei no Cafè de la Paix e jantei na Torre Eiffel...

Presépio no Canal said...

Olha, que giro! :-))
E que tal o jantar na Torre Eiffel? Valeu a pena? Gostaste?
Beijinhos!

Os olhares da Gracinha! said...

As fotos retratam fielmente a beleza desta cidade!
Estive em paris há 10 anos e não senti o que descreveu como menos "bom"!!!
Mas o mundo atravessa uma fase complicada e essa descaracterização provavelmente já se sente!
Adorei Paris e guardo excelentes memórias de alguns dias que lá passei!
Bj amigo

ana said...

Gostei do Café la Paix.
Adorei a Torre Eiffel mas não estive próxima dela à noite com esta luz.
Adorei, Sandra.
Beijinho grato pelas lembranças e uma boa nostalgia da saudade criada. :))

Presépio no Canal said...

Que bom, Ana, que este post te trouxe boas lembranças. :-)
Gosto muito de Paris e devia aproveitar mais o facto de estar tão próxima.
Se tiveres oportunidade, numa próxima vez, passa pela Torre Eiffel à noite. Vale a pena. ;-)
Beijinhos! Boa semana! :-)
PS: Alguma sugestão quanto à cidade-luz? Um recanto que tenhas gostado, etc?

Margarida Elias said...

Gostava de ir ao Café de La Paix. Tenho pena que Paris esteja como dizes. Há coisas que me fazem muita confusão e uma delas é maneira como o «politicamente correcto» pode dar permissão a muito desleixo... De qualquer modo deve ter sido um belo passeio. Beijinhos!

Presépio no Canal said...

Graça,

Aconteceu o mesmo comigo. Quando estive lá, há 9 anos, encontrei uma cidade bem mais animada: pessoas mais sorridentes, muito pouca mendicidade, etc.
Concordo consigo - deve ser da fase menos boa que a Europa atravessa(também notei mais mendicidade em Aachen e Bruxelas, nas últimas visitas). Sinais dos tempos...
Bj! Boa semana!

Presépio no Canal said...

Sim, também concordo, Margarida...
Muitos beijinhos!

Sami said...

Estive em Paris ha cerca de 3 anos e tambem ja achei a cidade muito suja. Que pena tenho de nao ter visto a Torre Eiffel a noite, que belas fotos Sandra,realmente fica bem mais bonita ilumindada. Eu subi la acima e adorei as vistas sobre a cidade.

Presépio no Canal said...

Obrigada, Sami! A vista, à noite, vale a pena. E nunca apanhei fila...
Boa semana! :-)

Rui Luís Lima said...

Paris essa eterna cidade das luzes, mas também da cultura é um verdadeiro fascínio para nós.
Bom dia

Presépio no Canal said...


Olá, Mister Vertigo!

Obrigada pela visita, comentário e se ter tornado seguidor.
Também já estive no seu blogue, que achei muito interessante e vou voltar.
Paris é uma cidade encantadora. E cativa, dando vontade de voltar muitas vezes.
Alguma sugestão em particular?

Rui Luís Lima said...

Boa noite Presépio,
Desde que nos reencontrámos, todos os anos vamos a Paris, tendo começado na lua-de-mel.
São imensos os locais que poderíamos sugerir. Começamos por indicar três, que achamos pouco conhecidos: para almoçar ou jantar o Bouillon Chantier (mas não peça a dourada) antiga cantina do final do sec XIX onde descobrimos a choucrotte este ano; o Museu Jacquemart-André, pelas exposições, pelo espaço a visitar e pelo café; para o melhor mil-folhas de Paris (na nossa opinião) o Jacues Genin, pela qualidade e simpatia.
P.S. Para livros não podem faltar as visitas à WHSmith e à Gibert Joseph!
Paula e Vertigo

Presépio no Canal said...

Bom dia, Paula e Mister Vertigo

Muito obrigada pelas óptimas sugestões que aqui deixaram. Visitei os sites dos locais que mencionaram e gostei bastante. O interior do Museu é muito bonito e o restaurante muito interessante ( uma antiga cantina do séc. XIX...). A pastelaria referida deixou-me com água na boca. Quando formos novamente a Paris, iremos visitar todos estes locais. Fica prometido. :-)

Mais alguma sugestão, sou toda ouvidos. Já vi que temos gostos parecidos. :-))

No vosso caso, aplica-se mesmo a frase do filme Casablanca:"We'll always have Paris." ;-) Gosto do vosso ritual de lá voltarem todos os anos. :-)

Sandra

PNLima said...

Diz o moço que lhe peguei o bichinho dos passeios! E essa frase do filme aplica-se mesmo a nós ;-)
Se se lembra dos quadradinhos de fruta com açúcar que havia quando éramos miúdas (da Heller), é outra das maravilhosas iguarias a provar no Jacques Genin (já estou a salivar só de me lembrar!)
Perto desta "patisserie" há uma escola com uma placa alusiva à deportação de crianças judias durante a guerra que nos deixou impressionados.

Presépio no Canal said...

Paula,

Imagino. Que triste... :-(
O Marais era (não sei se ainda é) um bairro onde viviam muitos judeus. Quando lá estivemos, visitámos a pastelaria judaica, mas não a livraria, que estava fechada.